07/06/2013

OLIMPÍADAS DE MATEMÁTICA

 



             ENTREVISTA COM O AUTOR CARLOS URBIM

E- Como são preenchidas as suas horas de lazer?
 C- Gosto muito de ler. Acho que é o que mais faço nas horas de lazer. Mas também gosto de ouvir rádio. Adoro música popular brasileira: Chico Buarque, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Noel Rosa. Também ouço programas noticiosos. E, claro, vejo TV. O que mais assisto são filmes antigos, mas não perco partidas de futebol importantes e decisões de tênis. Sou fã do Rafael Nadal. Às vezes, não é sempre, tento fazer artesanato. Colo coisinhas em telas. Só que não sei pintar, então uso uma cor única como fundo e aplico detalhes. Há um livro meu, "Noite Estrelada", em que as ilustrações são peças que criei com porongos, bolitas, pedrinhas.

E- Que livro você está lendo agora? 
C- Estou lendo dois ao mesmo tempo. Vou intercalando, para "durarem" mais. Um é "Espero Alguém", o mais recente do Fabrício Carpinejar, com crônicas muito divertidas. O outro é "Contos do Rio de Janeiro", uma coletânea de textos clássicos de Machado de Assis.

E- Qual a importância de contar história para crianças e adolescentes?
C- Acho que a cada história que a gente conta conquista a atenção de alguém. O importante é manter o interesse da garotada e despertar o gosto pela literatura.

E- Onde você busca inspiração para escrever e produzir seus livros?
C- A maior parte do meu trabalho vem da infância que vivi em Santana do Livramento, onde nasci. Quase todos os meus livros remetem a esse tempo, quando eu brincava na pracinha em frente de casa. Tenho as melhores lembranças dos anos 50 e 60, depois vim estudar Jornalismo em Porto Alegre e nunca mais morei lá.

E- Como surgiu o gosto pela literatura?
C- Era um guri muito curioso. Assim que descobri que estava lendo, fiz ficha na biblioteca do colégio, Grupo Escolar Rivadávia Correa, para levar para casa um livro por semana. Queria ler todos! Mas sempre digo que meu gosto pela literatura surgiu também ouvindo rádio (ainda não havia TV), vendo filmes nas matinês dos cinemas, indo aos circos e parques de diversões. Tudo muito simples mas, aos meus olhos, era o que havia de melhor no mundo.

E- Como surgiu a ideia de criar uma história que se transformou em obra literária?
C- Foi preciso me tornar pai para escrever o primeiro livro. Quando meus filhos, Emiliano e Glauco, eram pequenos eu costumava contar histórias para eles. Um dia, percebi que um personagem estava agradando. Era um certo guri daltônico, que confundia as cores. Assim nasceu minha primeira obra. Isso foi em 1984. Agora vou emplacar 28 títulos, a maior parte de literatura infanto-juvenil. Mas também publiquei livros que são resultado do meu trabalho como jornalista.

E- Como foi a sua infância e qual a relação com os livros?
C- Pois o guri da minha primeira história sou eu mesmo: nasci daltônico. É uma "autobiografia". Tudo o que está ali aconteceu comigo. Depois fui juntando a infância com a literatura. Nos meus livros há pandorgas, brinquedos inventados por guri pobre, bolacha Maria, amendoim e pipoca.

E- Que comentários você gosta de ouvir sobre seus livros?
C- Adoro quando a gurizada diz que começou a gostar de ler quando topou com algum livro meu. 

E- Nos diga em poucas palavras:
Um sonho: ser avô, ainda não consegui...
O Brasil é um país: generoso, apesar de tudo
Os adolescentes precisam de: carinho e compreensão
Música: qualquer uma cantada por Elis Regina
Eu ainda pretendo: viajar de barco pelo Rio São Francisco e, depois, caminhar na Lua